Quem nunca parou para pensar em como tudo na vida está interligado? Eu, particularmente, passei boa parte da minha existência tentando entender isso. Afinal, quem fala de estudo, inevitavelmente fala de trabalho. E quem fala de trabalho, acaba falando de dinheiro. Mas o que fazer quando esse ciclo parece não ter fim? Quando o dinheiro que entra vira gasto, os gastos viram dívidas, e as dívidas trazem problemas que parecem nos engolir inteiros?
Se você me perguntar, eu diria que essa é uma história universal, quase poética na sua repetição. É como se cada passo dado fosse uma peça de dominó, desencadeando uma sequência de eventos que, por mais que tentemos controlar, sempre foge ao nosso alcance.
O Ciclo Infinito
Comecemos pelo início. Estudei muito — e quando digo muito, quero dizer muito. Noites em claro, livros abertos até altas horas, café correndo nas veias como combustível. Tudo isso porque queria garantir um futuro melhor. Foi o que me disseram desde cedo: “Estude para conseguir um bom emprego.” E sabe o que aconteceu? Consegui o emprego.
Mas com ele vieram as responsabilidades. Trabalhar duro significa ganhar dinheiro, certo? Sim, mas também significa gastar dinheiro. Aluguel, contas, alimentação, lazer… e, antes que eu percebesse, estava enroscado num empréstimo para comprar algo que achava necessário. E adivinha? Empréstimos são sinônimos de dívidas.
As dívidas, por sua vez, trouxeram outros problemas. Oficiais de justiça batendo à porta, ameaças de bloqueio bancário, aquela sensação de estar afundando em areia movediça. Parece dramático? Pois eu vivi isso. E o pior é que, enquanto tentava resolver esses problemas, surgiam outros. Problemas nunca vêm sozinhos, eles chegam em bando, como abutres esperando sua presa ficar fraca.
Amor, Família e Outras Complicações
Mas nem tudo é só trabalho e finanças. Quem fala de amor, fala de compromissos. Lembra daquela época em que eu achava que o amor era eterno? Que bastava encontrar a pessoa certa e pronto, felicidade garantida? Bem, a realidade mostrou-se bem diferente. Relacionamentos exigem esforço, paciência e, muitas vezes, sacrifícios. E sim, às vezes terminam em divórcio.
E depois vem a família. Ah, a família! Ela pode ser nossa maior fonte de apoio, mas também de preocupações. Perdas, doenças, crises emocionais… tudo isso pesa. Quando um parente próximo enfrenta dificuldades, sentimos como se fosse uma extensão de nós mesmos sofrendo. E, confesso, há dias em que penso: será que algum dia vamos respirar aliviados?
O Mundo Lá Fora
E não podemos ignorar o mundo lá fora. Vivemos em tempos de crise constante. Fome, desigualdade, guerras… o noticiário parece uma lista infinita de tragédias. Às vezes, sinto-me impotente diante de tantos problemas globais. Como alguém comum pode fazer diferença nesse cenário? Será que estamos condenados a assistir tudo isso sem poder mudar nada?
Esses pensamentos me deixam exausto. Literalmente. Há dias em que acordo cansado, mesmo tendo dormido o suficiente. É como se o peso do mundo estivesse sobre meus ombros, e eu mal consigo levantar a cabeça. Nesses momentos, preciso lembrar a mim mesmo: preciso sair dessa bolha mental.
Encontrando Refúgio na Música e na Dança
Foi assim que descobri o poder da música e da dança. Não importa o quão ruim esteja a situação, colocar uma boa música e me permitir dançar muda completamente o estado de espírito. Pode parecer clichê, mas funciona. Quando danço, esqueço das contas, dos problemas, das frustrações. É como se, por alguns minutos, eu pudesse escapar da realidade e mergulhar em algo puramente prazeroso.
Lembro-me de uma noite específica, em que tudo parecia dar errado. Meu carro quebrou, meu chefe estava insatisfeito comigo, e recebi uma carta de cobrança enorme. Voltei para casa arrasado, pronto para me entregar à autopiedade. Mas então decidi ligar o som alto, abrir espaço na sala e simplesmente dançar. Não havia coreografia, apenas movimentos livres, guiados pela batida. Foi libertador.
A Dança Como Metáfora da Vida
Acho interessante como a dança reflete a própria vida. Existem momentos em que estamos no ritmo perfeito, sincronizados com a música, sentindo-nos invencíveis. Outras vezes, tropeçamos, perdemos o compasso, e parece que nunca mais vamos recuperar o equilíbrio. Mas a verdade é que, independentemente do que aconteça, a música continua tocando. E nós, inevitavelmente, continuamos dançando.
Isso me fez pensar: talvez a solução não seja tentar controlar tudo. Talvez devêssemos aceitar que a vida é caótica, imprevisível e, muitas vezes, injusta. Em vez de lutar contra isso, podemos aprender a dançar com ela. Afinal, quem disse que precisamos ter todas as respostas? Quem disse que precisamos carregar o peso do mundo sozinhos?
Cantando para Enfrentar o Caos
Além da dança, aprendi a importância de cantar. Não precisa ser afinado ou talentoso; basta abrir a boca e soltar a voz. Quando canto, sinto que estou expulsando todos os demônios internos. É como um ritual de purificação. Seja uma música animada ou uma balada melancólica, o ato de cantar conecta você ao presente, tirando-o da espiral de pensamentos negativos.
Houve uma ocasião em que estava em um bar com amigos. Estávamos todos meio pra baixo, reclamando das nossas vidas. Até que alguém começou a cantarolar uma música antiga, daquelas que todo mundo conhece. Logo, estávamos todos cantando juntos, rindo e brindando. Naquele momento, percebi que, apesar de todos os problemas, ainda havia beleza e conexão. E isso bastava.
Aceitação e Continuidade
No final das contas, a vida é feita de ciclos. Problemas surgem, resolvemos alguns, outros permanecem. E, enquanto isso, seguimos em frente. Não adianta desejar que tudo termine logo, porque sempre haverá novos desafios. O segredo é encontrar maneiras de lidar com eles sem perder a sanidade.
Para mim, a dança e a música se tornaram válvulas de escape essenciais. Elas me lembram que, mesmo nos momentos mais sombrios, existe luz. Que, mesmo quando tudo parece desmoronar, ainda podemos nos levantar e continuar dançando.
Então, aqui vai meu convite: da próxima vez que você se sentir sobrecarregado, coloque uma música alta, feche os olhos e dance. Deixe seu corpo guiar seus pensamentos. E, quando acabar, abra os olhos sabendo que, apesar de tudo, a vida continua. E nós, junto com ela.
Então
Neste texto, compartilhei minhas reflexões sobre como a vida é um ciclo constante de desafios e superações. Embora muitas vezes pareça impossível escapar dos problemas, encontramos forças inesperadas em coisas simples, como a música e a dança. Esses momentos de liberdade nos ajudam a enfrentar o caos com leveza e coragem. Porque, no fim das contas, o importante não é evitar os problemas, mas aprender a dançar com eles.
E agora, se me der licença, vou colocar uma música e dançar. Afinal, a vida continua… e nós também.